Miomectomia
A miomectomia é um procedimento cirúrgico para remover miomas uterinos ( os leiomiomas).
A escolha da técnica depende de vários fatores, como:
- presença e a severidade dos sintomas,
- tamanho
- localização dos miomas,
- Idade e expectativas da paciente.
É importante ressaltar que as recomendações de decisões terapêuticas e condutas nos casos de miomas devem ser avaliadas considerando:
- a disponibilidade de recursos,
- a experiência clínica e cirúrgica da equipe,
- e as relações entre custo e benefício.
- Em mulheres inférteis, que não apresentem quaisquer sintomas relacionados diretamente com a presença de miomas subserosos ou intramurais menores que 5cm, desde que não distorçam a cavidade endometrial, pode ser realizada a conduta expectante.
A paciente deverá estar ciente das possíveis implicações da presença do mioma nas taxas de sucesso do tratamento, assim como possíveis eventos adversos na gestação.
Técnicas de Miomectomia:
- Miomectomia (por laparotomia, histeroscopia ou laparoscopia),
- Embolização de artérias uterinas
- Miólise
Miomectomia – Miomas Submucosos:
Nos casos de miomas submucosos ressecáveis por histeroscopia, esta deve ser a via de escolha.
As aderências intrauterinas pós miomectomia histeroscópica podem prejudicar a fertilidade, e ocorrem em aproximadamente 7,5% dos casos.
O uso de terapias adjuvantes pós operatórias, como estrogênio, inserção de dispositivos intrauterinos ou sonda de Foley pediátrica não possuem evidências de benefícios.
Miomectomia Abdominal ou Miomectomia Laparoscopica?
Comparada à miomectomia abdominal, a miomectomia laparoscópica apresenta :
Menores índices de dor pós-operatória,
Diminuição no número de dias de internação
Redução no tempo para sensação de recuperação plena após 15 dias da cirurgia (90% na miomectomia laparoscópica e 5% na miomectomia abdominal convencional),
Menor taxa de complicações.
Importante! A via laparoscópica tem sido relacionada a menor formação de aderências.
Resultados:
Os resultados a longo prazo, as taxas de fertilidade e as complicações maiores, bem como os índices de rotura uterina em gravidez posterior são semelhantes entre as duas técnicas e a recomendação é de que, na disponibilidade de equipe cirúrgica habilitada e instrumental adequado, a miomectomia por via laparoscópica constitui uma melhor opção para a paciente.
Tratamento com análogo do GnRH
O tratamento com análogo do GnRH, pode levar à redução de 35-65% do volume dos miomas e controle temporário dos sintomas uterinos e pélvicos.
Acreditamos ser especialmente útil no controle da anemia decorrente do sangramento menstrual excessivo relacionado aos miomas, diminuindo a necessidade de transfusões pré e pós-operatórias.
Apesar da eficácia, não há evidências suficientes para recomendar o uso do análogo do GnRh em todas as pacientes em programação de miomectomia.
Embolização e Miolise em Pacientes que desejem ter filhos:
Não existem evidências científicas suficientes para indicar a realização de embolização das artérias uterinas ou miólise em pacientes com desejo reprodutivo.
A indicação cirúrgica no intuito de melhorar a fertilidade em pacientes com dificuldade para engravidar ainda é controversa.
Miomas que ocupam predominantemente a cavidade endometrial devem ser tratados por histeroscopia desde que não tenham mais de 5cm.
Miomas maiores, predominantemente intramurais, que abaulam a cavidade endometrial, também devem ser tratados cirurgicamente por laparoscopia ou laparotomia, a depender do número de miomas, tamanho, e experiência da equipe cirúrgica.
Miomectomia em Miomas Intramurais:
Para miomas puramente intramurais, que não possuem relação com a cavidade endometrial, confirmados por histeroscopia, ressonância nuclear magnética ou histerossonografia, a miomectomia não possui ainda evidências científicas suficientes que justifiquem a sua realização exclusivamente com objetivo de melhorar a fertilidade.
Vale a pena ressaltar que a individualização de cada caso, levando em consideração todos os aspectos mencionados, é fundamental para quepaciente e médico possam decidir juntos qual caminho a seguir no tratamento dos miomas uterinos em mulheres cujo objetivo primário é alcançaruma gestação.
Prof. Doutor Sérgio Conti Ribeiro
Graduação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Doutorado em Medicina (Obstetrícia e Ginecologia) pela Universidade de São Paulo (FMUSP)
Cursos de especialização nos Estados Unidos, com ênfase em Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
Médico Chefe do Setor de Laparoscopia Ginecológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
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DR. SERGIO CONTI RIBEIRO
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