Miomas Uterinos Quando Operar?
O tratamento cirúrgico inclui :
- Miomectomia (por laparotomia, histeroscopia ou laparoscopia),
- Embolização de artérias uterinas
- Miólise.
Nos casos de miomas submucosos ressecáveis por histeroscopia, esta deve ser a via de escolha.
As aderências intrauterinas pós miomectomia histeroscópica podem prejudicar a fertilidade, e ocorrem em aproximadamente 7,5% dos casos.
O uso de terapias adjuvantes pós operatórias, como estrogênio, inserção de dispositivos intrauterinos ou sonda de Foley pediátrica não possuem evidências de benefícios.
Comparada à miomectomia abdominal, a miomectomia laparoscópica apresenta :
- Menores índices de dor pós-operatória
- Diminuição no número de dias de internação e
- Redução no tempo para sensação de recuperação plena após 15 dias da cirurgia (90% na miomectomia laparoscópica e 5% na miomectomia abdominal convencional), e menor taxa de complicações.
Além disso, a via laparoscópica parece estar relacionada a menor formação de aderências.
Os resultados a longo prazo, as taxas de fertilidade e as complicações maiores, bem como os índices de rotura uterina em gravidez posterior são semelhantes entre as duas técnicas e a recomendação é de que, na disponibilidade de equipe cirúrgica habilitada e instrumental adequado, a miomectomia por via laparoscópica constitui uma melhor opção para a paciente.
O tratamento com análogo do GnRH, pode levar à redução de 35-65% do volume dos miomas e controle temporário dos sintomas uterinos e pélvicos.
Acreditamos ser especialmente útil no controle da anemia decorrente do sangramento menstrual excessivo relacionado aos miomas, diminuindo a necessidade de transfusões pré e pós-operatórias.
Apesar da eficácia, não há evidências suficientes para recomendar o uso do análogo do GnRh em todas as pacientes em programação de miomectomia.
Não existem evidências científicas suficientes para indicar a realização de embolização das artérias uterinas ou miólise em pacientes com desejo reprodutivo.
A indicação cirúrgica no intuito de melhorar a fertilidade em pacientes com dificuldade para engravidar ainda é controversa.
Miomas que ocupam predominantemente a cavidade endometrial devem ser tratados por histeroscopia desde que não tenham mais de 5cm.
Miomas maiores, predominantemente intramurais, que abaulam a cavidade endometrial, também devem ser tratados cirurgicamente por laparoscopia ou laparotomia, a depender do número de miomas, tamanho, e experiência da equipe cirúrgica.
Para miomas puramente intramurais, que não possuem relação com a cavidade endometrial, confirmados por:
histeroscopia, ressonância nuclear magnética ou histerossonografia, a miomectomia não possui ainda evidências científicas suficientes que justifiquem a sua realização exclusivamente com objetivo de melhorar a fertilidade.
Prof. Doutor Sérgio Conti Ribeiro
Graduação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Doutorado em Medicina (Obstetrícia e Ginecologia) pela Universidade de São Paulo (FMUSP)
Cursos de especialização nos Estados Unidos, com ênfase em Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia Robótica.
Médico Chefe do Setor de Laparoscopia Ginecológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)